Revista de Pediatria SOPERJ

ISSN 1676-1014 | e-ISSN 2595-1769

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Número atual: 17(1) - Fevereiro 2017

ARTIGOS ORIGINAIS

Estudo em maternidade do sudoeste goiano sobre as complicações respiratórias neonatais relacionadas com o peso do nascimento e idade gestacional

Study on maternity in the southwest of Goiás state regarding neonatal breathing complications related to birth weight and gestational age children

 

Luccas Fernandes Queiroz1; Letícia Lemos Leao1; Laís Araújo Silva Furquim2; Marcelo Gomes Judice3; Renato Canevari Dutra da Silva4

1. Graduando em Medicina
2. Graduada em Fisioterapia. Fisioterapeuta no Hospital Presbiteriano Dr. Gordon
3. Mestre em Estatística. Professor-Adjunto III na Universidade de Rio Verde
4. Mestre em Ciências da Saúde. Fisioterapeuta e Coordenador do Serviço de Fisioterapia do Hospital Municipal de Rio Verde

 

Endereço para correspondência:

luccasf_queiroz@hotmail.com

Recebido em: 15.07.2016

Aprovado em: 05.09.2016

 

Resumo

OBJETIVO: verificar a relação do peso ao nascimento e da idade gestacional sobre as complicações respiratórias de neonatos em uma maternidade do sudoeste goiano.
MÉTODOS: foi realizada uma pesquisa de estudo descritivo-analítico, retrospectivo, com o método quantitativo, por meio de levantamento, utilizando-se dos prontuários hospitalares, nos serviços de arquivos médicos de uma maternidade do sudoeste goiano. Foram utilizados 1.416 prontuários de recém-nascidos de janeiro a dezembro de 2013, sendo excluídos prontuários rasurados e incompletos. Todo o conjunto de dados coletados foi organizado em uma planilha eletrônica do Excel®. Após a preparação de toda a planilha, os dados foram transferidos para outra do Statistical Package for Social Sciences (versão 16.0) e processadas as análises estatísticas descritivas. Para os testes de correlação entre as variáveis utilizou-se a correlação Pearson com intervalo de confiança de 95%.
RESULTADOS: no que se refere às correlações realizadas entre a existência de complicações respiratórias e peso dos recém-nascidos ao nascer, idade gestacional e IG x peso, pôde ser observada correlação estatisticamente significativa em todas as situações, o que implica que para a determinada amostra: quanto menor o peso ao nascimento e idade gestacional, maior a possibilidade de desenvolver complicações respiratórias (p = 0,000 e p = 0,004, respectivamente). A prevalência de complicações respiratórias foi de 81,70% sendo a mais encontrada a síndrome do desconforto respiratório em 11,80% dos recém-nascidos.
CONCLUSõES: pôde-se identificar que quanto menor o peso ao nascimento e idade gestacional, maior a possibilidade de desenvolver complicações respiratórias bem como uma maior relação idade gestacional x peso.

Palavras-chave: Recém-nascido de baixo peso. Doenças respiratórias. Fatores de risco. Recém-nascido.


Abstract

OBJECTIVE: to check the relationship of birth weight and gestational age about respiratory complications in neonates in a maternity in the southwestern of Goiás.
METHODS: we carried out a descriptive-analytic research study, retrospective, with the quantitative method, through a survey, using of hospital records, in the archives of medical services of a goiano southwest motherhood. 1,416 records were used in newborns from january to december 2013 being deleted strikethrough and incomplete records. All the collected data was organized in a spreadsheet Excel®. After preparation of the entire spreadsheet, the data were transferred to a spreadsheet Statistical Package for Social Sciences (version 16.0) and processed descriptive statistical analysis. To test the correlation between variables was used Pearson correlation with the 95% confidence interval.
RESULTS: regarding the correlations made between the existence of respiratory complications and weight of newborns, gestational age and IG x peso, could be observed statistically significant correlation in all situations, which implies that for a given sample the lower the birth weight and gestational age, the greater the likelihood of developing respiratory complications (p = 0.000 and p = 0.004, respectively). The prevalence of respiratory complications was 81.70% being the most frequent respiratory distress syndrome in 11.80% of newborns.
CONCLUSIONS: was could identify that the lower the birth weight and gestational age, the greater the chance of developing respiratory complications as well as a higher ratio gestational age x weight.

Keywords: Infant, low birth weight. Respiratory tract diseases. Risk factors. Infant, newborn.

 

INTRODUÇÃO

O desenvolvimento humano se inicia quando um ovócito (óvulo) de uma fêmea é fertilizado por um espermatozoide de um macho e engloba muitas modificações que se alteram de uma única célula, o zigoto, em um organismo humano multicelular.1 Dando ênfase ao sistema respiratório, o desenvolvimento do pulmão ocorre a partir de 24 a 26 dias depois da concepção, quando o embrião está com 4 mm de comprimento, então ocorre uma divisão da traqueia e do esôfago e depois de quatro dias a bolsa pulmonar se divide em lado esquerdo e direito.2 Esse desenvolvimento pulmonar é dividido em quatro períodos: no primeiro período, pseudoglandular (8-16 semanas), começa a divisão das vias aéreas e dos bronquíolos terminais; o segundo período é o canalicular (17-26 semanas), no qual ocorre a formação da terceira geração de bronquíolos e a formação sacular primitiva com células epiteliais tipo I e II; no terceiro período, chamado de sacular (24-38 semanas), encontra-se a terceira geração sacular e formação de ductos alveolares transitórios, sendo possível a troca gasosa; e no último período, o alveolar (> 36 semanas e continua após o nascimento), há o aparecimento da verdadeira árvore alveolar.3 Considera-se que qualquer estágio do desenvolvimento do sistema respiratório pode ser sujeito a danos por diversos mecanismos, conduzindo um risco de modificação do seu padrão normal de desenvolvimento. Sabe-se que esses danos são relacionados a fatores pré e pós-natais já que atuam sobre o crescimento pulmonar antes e após o nascimento.

Em relação à idade gestacional (IG), o Sistema Único de Saúde (SUS) define que o período da gestação é calculado a partir do primeiro dia do último período menstrual normal e que a IG se apresenta em dias ou semanas completas e classifica-se em: pré-termo, menos de 37 semanas completas (< 259 dias) de gestação; a termo, de 37 semanas a menos de 42 semanas completas (259 a 293 dias) de gestação; e pós-termo, compreendendo a 42 semanas completas ou mais (294 dias ou mais) de gestação.5 No que diz respeito ao peso ao nascer, sabe-se que é um tipo de amostra utilizada para avaliar as condições de saúde do recém-nascido (RN). É considerado de baixo peso os RN com peso menor que 2.500 g, sendo associado a um maior risco de mortalidade e morbidade neonatal e infantil.6,7 No outro extremo, existe a macrossomia fetal, que se caracteriza pelo peso acima de 4.000 g.8

Já a classificação de desenvolvimento intraútero do RN e a análise do peso de nascimento com a IG indicam se o RN é adequado para a IG (AIG) entre os percentis 10 e 90 da curva de referência (curvas percentuais de crescimento fetal); pequeno para a IG (PIG) abaixo do percentil 10 (abaixo de dois desvios-padrão); e RN grande para a IG (GIG), acima do percentil 90 (acima de dois desvios-padrão).9

Diante do que foi exposto cabe ressaltar algumas das complicações respiratórias neonatais mais comuns. A síndrome do desconforto respiratório (SDR) é a afecção respiratória que mais ocorre em RN pré-termo, e mais comum no sexo masculino e nos filhos de mães que têm diabetes e que sofreram asfixia ao nascer. A principal causa da SDR é a deficiência surfactante alveolar em sua quantidade e qualidade. O diagnóstico de SDR é considerado quando apresentar prematuridade e imaturidade pulmonar; início do desconforto respiratório nas primeiras três horas de vida; necessidade de oxigênio inalatório e/ou suporte ventilatório não invasivo ou invasivo por mais de 24 horas para manter os valores de gases sanguíneos normais. O tratamento é feito na estabilização das trocas gasosas adequadas, restituição precoce de surfactante e ventilação mecânica não invasiva.10

Em seguida, destaca-se a taquipneia transitória do RN (TTRN) ou síndrome do pulmão úmido, que caracteriza-se como um incômodo respiratório de leve a moderado e frequentemente tem evolução benigna, decorrente de retardo na absorção do líquido pulmonar após o nascimento.11 As causas que prejudicam a reabsorção do líquido pulmonar são situações que predispõem a TTRN são: cesariana eletiva sem trabalho de parto, diabetes materna, asfixia perinatal e asma brônquica materna.12 É a doença respiratória mais frequente em RN a termo.13 A uma pequena incidência estatística no sexo masculino, em RN com idade gestacional superior a 34 semanas e peso superior a 2.000 g.14 O tratamento será baseado na oxigenação e suporte gerais.3

A síndrome de aspiração do mecônio (SAM) vem logo após a TTRN e ocorre em cerca de 10% a 20% das gestações. Pode apresentar líquido amniótico meconial e 1% a 2% desses conceptos apresentará a SAM. A mortalidade na SAM varia de 35% a 60% entre os RN que precisam de ventilação mecânica.15 A aspiração do mecônio provoca casos obstrutivos e inflamatórios. Portanto, quando o mecônio é muito espesso, pode levar à obstrução de grandes vias aéreas, levando, por sua vez, a quadro de asfixia e, quando as partículas são menores, à obstrução de vias aéreas distais, com o surgimento de atelectasias.6 Os fatores que predispõem a aspiração do mecônio são gravidez pós-termo, pré-eclâmpsia e eclâmpsia, hipertensão arterial materna, diabetes materna e tabagismo. O tratamento pode ocorrer ainda na sala de parto. O obstetra deve aspirar as vias aéreas superiores (VAS) do RN quando o polo cefálico for liberado.13

Por último, porém não menos importante, destaca-se a infecção neonatal que ocorre primordialmente em RN de baixo peso, pois são mais susceptíveis a infecções bacterianas e viróticas antes, durante ou após o nascimento. Esta infecção pode ir para os pulmões, ocorrendo uma pneumonia (PNM).8 A PNM pode ser caracterizada como uma infecção ligada a uma inflamação do trato respiratório inferior, causada por uma consolidação dos alvéolos pulmonares ou infiltração do tecido intersticial por células inflamatórias, ocasionando alterações significativas na relação entre a ventilação e a perfusão e em consequência na mecânica respiratória.14

Diante de todo o exposto, objetiva-se verificar a relação do peso ao nascimento e IG sobre as complicações respiratórias de neonatos nascidos em uma maternidade do sudoeste goiano.

 

MÉTODOS

Foi realizada uma pesquisa de estudo descritivo-analítico, retrospectivo, com o método quantitativo, por meio de levantamento, utilizando-se dos prontuários hospitalares, nos serviços de arquivos médicos de uma maternidade do sudoeste goiano. O presente estudo foi realizado na Maternidade Augusta Bastos, localizada em Rio Verde, Goiás. A maternidade é pública, conta com uma estrutura de 15 leitos, uma equipe composta por pediatras, ginecologistas, enfermeiros, técnicos de enfermagem e ainda com o apoio de exames complementares. Além de respiradores, monitores cardíacos e de oxigenação, entre outros aparelhos.

A população-alvo deste estudo foram os prontuários dos RN de janeiro a dezembro de 2013, na Maternidade Augusta Gomes Bastos em Rio Verde, Goiás, contemplando uma amostra de 1.416 prontuários de nascidos, de ambos os sexos, com prontuários completos e nítidos, sendo excluídos os prontuários rasurados e incompletos.

Foi solicitada a autorização da diretoria da Maternidade Augusta Gomes Bastos para o desenvolvimento da pesquisa e posteriormente o trabalho foi enviado ao Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade de Rio Verde (UNIRV) para apreciação. Somente após sua avaliação e aprovação, a pesquisa foi realizada.

Todo o conjunto de dados coletados nos prontuários foram organizados em uma planilha eletrônica do Excel®; após essa preparação prévia, transferidos para uma planilha do Statistical Package for Social Sciences - SPSS - (versão 16.0) e processadas as análises estatísticas descritivas. As características da amostra foram descritas como média mediana e desvio-padrão (intervalo de confiança 95%).

Os testes de correlação entre as variáveis: peso ao nascimento, IG e complicações respiratórias foram realizados por meio do coeficiente de correlação Pearson com intervalo de confiança de 95%.

 

RESULTADOS

Primeiramente, foi calculada a quantidade de RN no ano de 2013 por meio de uma média aritmética. O mês de junho apresentou o maior número de nascidos, mas os meses seguiram um padrão de quantidade de nascimentos, e a média final do ano foi de 118 RN.

A média de idade das mães do referido estudo foi de 23,19 anos (± 5,608) e a média do peso ao nascer foi de 3094,73 kg (± 614,835). A figura 1 mostra a média da idade gestacional dos RN no ano de 2013 em uma maternidade do sudoeste goiano. Pode ser observado que a grande maioria nasceu com IG entre a 38ª semana e a 40ª semana, apresentando 83,5% quando somados.

 

 

Na figura 2 estão descritas a distribuição de acordo com IG x peso. Pode ser observado também que 81,50% dos RN nasceram AIG, 13,80% PIG e 70% GIG.

 

 

A figura 3 expressa os resultados da prevalência de complicações respiratórias. É possível observar que 81,70% dos RN não apresentaram nenhuma complicação respiratória, mas 18,30% apresentaram.

 

 

A figura 4 descreve a distribuição percentual do tipo de complicação respiratória mais encontrada. Apresenta que a SDR foi de 11,80%, a SAM foi de 3,10% e a PNM foi 0,60%.

 

 

Na tabela 1, que se refere às correlações realizadas entre a existência de complicações respiratórias e peso dos RN ao nascer, IG e IG x peso, pode ser observada correlação estatisticamente significativa em todas as situações, o que implica que para a determinada amostra quanto menor o peso ao nascimento e a IG, maior a possibilidade de desenvolver complicações respiratórias (p = 0,000 e p = 0,004, respectivamente); e quanto maior a relação IG x peso, maior a possibilidade de desenvolvimento de complicações respiratórias.

 

 

DISCUSSÃO

Com base nos resultados apresentados, a média de idade das mães parturientes de uma maternidade pública do sudoeste goiano foi de 23,14 anos (± 5,608), isto é, mulheres jovens. Fato que pode ser explicado pelo início da vida sexual mais cedo e pela não proteção com métodos contraceptivos. Segundo Silva e Salomão,17 as pessoas de nível socioeconômico baixo convivem desde cedo com a história de gravidez e isso passa a fazer parte do dia a dia, do contexto daquelas vidas, com isso iniciam a vida sexual precocemente.

A média do peso ao nascer do referido estudo foi de 3.094,73 g (± 614,835), estando dentro do peso preconizado pelo Ministério da Saúde (MS), que relata que o peso acima de 2.500 g oferece menos risco à saúde do RN.5 O baixo peso ao nascimento constitui-se como importante fator de risco isolado para alterações no desenvolvimento dos RN, no seu crescimento e nas suas condições de saúde. Peso ao nascer menor que 2.500 g é considerado de baixo peso, e acima de 4.000 g macrossômico feto grande. Ambos podem trazer complicações para o RN. O peso ao nascer obtido logo após o nascimento está diretamente relacionado às condições de nutrição da gestante e do RN, sendo o principal fator determinante no aspecto do crescimento e desenvolvimento da criança.18

Como representado na figura 1, a maior taxa percentual compreende-se entre 38ª a 40ª semanas de IG, apresentando 83,50%, quando somados, sendo uma média dentro dos parâmetros normais de acordo com o MS, que recomenda a IG acima de 37 semanas para minimizar risco de vida para o RN.5 De acordo com Sarmento,14 a IG se classifica: pré-termo os nascidos com menos de 37 semanas; a termo, de 37 a 42 semanas; e pós-termo, com mais de 42 semanas. Assim sendo, o RN prematuro corre risco de complicações respiratórias devido aos pulmões não estarem totalmente desenvolvidos e, no outro extremo, o RN pós-termo também pode apresentar risco devido ao sofrimento no momento do parto, por uma asfixia por exemplo.14

Como demonstra a figura 2, a distribuição da amostra de acordo com IG x peso deste estudo foi com RN qualificados e os AIG foram 81,50%, PIG 13,80% e GIG 3,70%. Demonstrando que para a maioria dos RN do ano de 2013 os pesos foram adequados para a idade gestacional, fato que pode estar relacionado à baixa prevalência de complicações respiratórias desses RN nesta maternidade. Os RN classificados PIG, apresentam maior risco de morte neonatal, pois são mais vulneráveis a infecções. E os RN GIG, também conhecidos como macrossômicos, podem aumentar o risco de complicações tanto para a mãe como para o neonato, mas esse risco está associado a mãe ser ou não portadora de diabetes. Os RN macrossômicos apresentam maior risco de morte intrauterina, fraturas, paralisia cerebral e do plexo braquial, asfixia, SAM, obesidade e diabetes mellitus.6

A figura 3 descreve a prevalência de complicações respiratórias apresentada na pesquisa, em que 18,30% dos RN tiveram algum tipo. Porcentagem relativamente baixa, o que possivelmente pode estar relacionado à média do peso e à IG dos RN desta maternidade estarem dentro dos padrões preconizados pelo MS.5 Quanto ao tipo de complicações respiratórias encontradas neste estudo, 11,80% apresentaram SDR, 3,10% SAM, 0,57% PNM e 2,83% óbito. A SDR é uma doença caracterizada por uma piora progressiva do desconforto respiratório nas primeiras horas de vida decorrente da deficiência primária de surfactante pulmonar. Surge pela prematuridade e ocorre em 80% dos RN com menos de 24 semanas em 5% dos RN com 36 semanas. Já a SAM ocorre durante o parto quando o RN aspira mecônio e é uma das principais doenças respiratórias em neonatos a termo, tendo sua mortalidade maior entre os RN que evoluem com hipertensão pulmonar. Por último, a PNM é definida como uma infecção associada a uma inflamação do trato respiratório inferior e tem como um dos principais fatores de risco para aspiração RN com IG maior que 40 semanas e RN que sofrem asfixia durante o parto.

Na tabela 1, que se refere às correlações realizadas entre a presença de complicações respiratórias e peso dos RN ao nascer, IG e IG x peso, pode ser analisada correlação estatisticamente significativa em todas as situações, o que acarreta que quanto menor o peso ao nascimento e IG, maior a probabilidade de desenvolver complicações respiratórias (p = 0,000 e p = 0,004, respectivamente) e quanto maior a relação IG x peso, maior a possibilidade de desenvolvimento de complicações respiratórias. Segundo Lemos e colaboradores,19 a prematuridade e o baixo peso ao nascimento tornam-se um importante fator de risco para alterações no desenvolvimento de RN. Associado à prematuridade, o baixo peso ao nascer é o maior fator determinante de mortalidade neonatal, ocorrências de infecções perinatais, maior ocorrência de hospitalização, deficit no crescimento e desenvolvimento da criança.20 A ocorrência de partos prematuros e também RN de baixo peso são problemas de saúde pública por gerar um custo elevado de despesas médicas hospitalares, com as internações dos RN em unidade de terapia intensiva, e exigir assistência técnica e equipamentos que nem sempre estão ao alcance da população.19

Estudos adicionais controlados e intervencionistas são necessários para ampliar os achados da presente pesquisa, para esclarecer aspectos acessórios e variáveis não investigados. A realização de novas pesquisas nessa área é importante não apenas para nortear as ações em saúde, mas também para avaliar as práticas assistenciais e identificar as possibilidades de melhoria do cuidado a esta população.

 

CONCLUSÃO

Após análise dos resultados e discussão dos mesmos, pode-se concluir que, para a população de RN em uma maternidade pública do sudoeste goiano no ano de 2013, quanto menor o peso ao nascimento e IG, maior o risco de desenvolvimento de complicações respiratórias.

 

REFERÊNCIAS

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